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sábado, 19 de março de 2016

CASTRO ALVES ... " Antônio Frederico de Castro Alves "... o Poeta .



Nasceu na Fazenda de Cabaceiras , a 42 KM da vila de Nossa Senhora da Conceição de " Curralinho" onde hoje á localidade é conhecida como o município de Castro Alves , terra da música e da poesia , no estado da Bahia , no dia 14 de março de 1847 , filho de Antônio Jose Alves e Clélia  Brasilia Castro .
No colégio e no seu lar Castro Alves , encontrou , uma  atmosfera literária ,  produzidas pelos outeiros ou saraus , festas de arte , músicas , poesias , declarações de versos , que o conduziram , para o aprimoramento de seus dons e inspirações poéticas  . Sua primeira poesia , ele fez aos 17 anos .
Em 1863 , ele fez a prova pra ser admitido na Faculdade de Direitos de Recife , mas não foi aprovado .
Em Recife mesmo ele começa , a ser o tribuno e o poeta mais requisitado , nas seções públicas da Faculdade , nas associações estudantis e nos teatros  : e é incitado pelos aplausos e ovações , que começava a receber , que ele foi subindo os degraus da fama , e em pouco tempo , foi crescendo em apoteose .  Escreveu então o seu primeiro romance , e em seus versos , os mais belos poemas líricos do Brasil .
Seu primeiro número de  A PRIMAVERA  , foi publicado em 17 de maio de 1863 , seu primeiro poema contra à escravidão : A canção do africano ;  que trás o lamento e sofrimento de um povo  que foi arrancado de sua Pátria  ;  dos braços , da liberdade  e de seus parentes e amigos ; E lançados em uma profunda e apertada cela , onde só o que lhes restava  era servir , ser oprimido e humilhados , sem ter o direito nem de , se quer  serem  os dono de seus próprios corpo . Desejos , destinos ,vidas e até mesmo o prazer de poder terem ,  seus filhos ,  e de ver eles crescerem e serem donos de seus próprios destinos . Tudo lhes foi tirado , em um único ,  momento de suas vidas  . E Castro Alves consegue , com seus versos , traduzir todo este drama  de uma maneira , que nunca , antes tinha sido , possível , ver ,  ouvir e sentir . Ele conseguiu imortalizar , este momentos , em seus versos e poemas . 

                                                                                                                                                                   Um dos mais belos poemas , que traduz o sofrimento de um povo :


  Poema " A canção do africano "  escrita em 1863 .
                         
                              A canção do africano .


   Lá na úmida senzala ,
sentado na estrita sala,
junto ao braseiro , no chão ,
entoa o escravo , seu canto .
E ao cantar , correm-lhe em pranto,
saudade do seu torrão...

De um lado , uma negra escrava ,
os olhos no filho , crava ,
Que tem no colo , a embalar ...
E à meia voz lá responde
Ao canto , e o filhinho esconde ,
Talvez pra não o escutar !

"Minha terra é lá bem longe ,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita ,
Mas à outra eu quero bem !

"O sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo ,
Ver de tarde a papa-ceia !

"Aquelas terras tão grandes ,
Tão compridas como o mar ,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar...

"Lá todos vivem felizes ,
Todos dançam no terreiro ;
A gente lá não se vendem !...
Como aqui só por dinheiro " .

...................................................


O escravo então foi deitar-se ,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol  nascer ,
E se tardasse , coitado ,
Teria de ser surrado ,
Pois bastava escravo ser .


E a cativa desgraçada
Deita seu filho , calada ,
E põe-se triste a beija-lo ´
Talvez temendo que o dono
Não viesse , em meio do sono ,
De seus braços arrancá-lo !


Em 1864 , ele enfim consegue , se matricular na Faculdade de Direito do Recife .
E em 10 de agosto de  1865 , ele recita o poema : O sábio  na faculdade de Direito , e tem um romance   com uma moça desconhecida por nome de Idalina  .
Alistou-se no Batalhão Acadêmico de Voluntários , em 19 de agosto de 1865 , para a Guerra do Paraguai , a guerra da Tríplice - Aliança ; Brasil , Argentina e Uruguai contra o Paraguai , que se estendeu de dezembro de 1864 à março de 1870 .
Em 1866 , matricula-se para o segundo ano na Faculdade de Direito de Recife , na ocasião fundou junto com Rui Babosa e outros amigos , uma sociedade abolicionista .
Nesta época teve a fase , de maior produção literária , de sua vida , e se dedicou por duas grandes e nobres causas :  uma social e moral , a da abolição da escravidão dos negros , e a outra a criação da Republica , a aspiração política dos liberais mais exaltados .
O seu drama Gonzaga ou a Revolução de Minas , que se trata de duas razões uma pessoal e a outra social . A pessoal foi sua paixão pela atriz  Eugênia Câmara , dez anos mais velha que ele  e a social à abolicionista , visando o caráter propagandista do teatro .  veja aqui
No dia 7 de setembro , dia da estreia do drama Gonzaga , no teatro São João , em Salvador /Bahia , foi coroado com o triunfo do sucesso do seu drama .                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           Tendo viajado  para o Rio de Janeiro juntamente com Eugênia Câmara , por quem se apaixonou ,e criou uma peça  teatral  , para ver ela brilhar no palco , com uma de suas criações  , viajou  ,  em janeiro de 1868 , sendo no Rio de Janeiro , recebido  por Jose de Alencar  , critico , romancista e dramaturgo .                  E foi visitado por Machado de Assis , escritor , jornalista , contista " contador de contos " , dramaturgo e poeta . Ambos fizeram grandes elogios ao poeta Castro Alves , através de cartas aos jornais da época . De onde veio para São Paulo em março , junto com Eugênia Câmara .
Continuou seu estudo na Faculdade de Direito de São Paulo , hoje conhecida como a (FADUSP)  Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo  ou Faculdade de Direito do Largo de São Francisco como também é conhecida , onde Castro Alves se matriculo no terceiro ano .
Seus poemas líricos e heroicos eram  publicados e recitados  , nas festas literárias e nós jornais , com uma grande e arrebatadora repercussão . Com apenas 21 anos de idade , e o mais formoso talento , e capacidade literária e política do Brasil , do seu tempo .
Nomes como : Fagundes Varela , Rui Barbosa , Joaquim Nabuco , Afonso Pena , Rodrigues Alves , Bia Fontes , Martins Cabral , Salvador de Mendonça , e muitos outros que o assistiram , não lhe tiravam as primícias de seu talento e o aplaudiam de pé .
Castro Alves ,  usava uma linguagem divina na poesia , que ninguém até aquela época tinha usado , tinha uma voz , que fazia os seus ouvintes pensar na magnificência dos seus versos  , afirma  Constâncio Alves , um médico , jornalista , orador e ensaísta  .                                                            E o comparava com arautos  gregos da antiguidade como Agamenon , imortalizado por  Homero , Taltibios  semelhante  aos  "deuses " pela voz , dizia  Rui Barbosa .
Euclides da Cunha , já achava que ele Castro Alves , pregava um advento de uma "era nova " .

Em 7 de setembro de 1868 , ele faz a apresentação pública de "Tragédia no Mar " , que no futuro ganharia o nome de " O navio negreiro "  descrevendo com seus poemas , a tristeza , o sofrimento , a angustia  , dos negros africanos , arrancados de seus lares , de sua terra natal na África , de suas liberdades , de seus parentes e amigos , e trazidos como escravos , para trabalhar , como animais e servir a senhores e a feitores , ser propriedade de fazendeiros e donos de terras . Isto os que chegavam vivos em seus destinos porque , muitos morriam na viagem , de fome , peste , doenças e também por maltrato . Cada navio levava em média 400 africanos, mas , mais da metade morria , no caminho , eram  amontoados , com  espaço minimo para se movimentarem , mesmo que os navios fossem grandes eles usavam os espaço , para aumentar o número de suas cargas .
A peça  " Tragédia no Mar "  foi escrita pelo poeta quando ele estava com 22 de idade em 1869 , e aproximadamente  vinte anos depois da promulgação da lei Eusébio de Queiros de 4 de setembro de 1850 , esta lei gerou efeitos imediatos , baixou a zero o tráfico externo de novos escravos para o Brasil , em apenas três anos , mas o tráfico interno este cresceu e se concentro nas províncias do Rio de Janeiro e São Paulo , que era onde mas se concentrava as fazendas de cafe , isto fez que Castro Alves empenhasse , nas denúncias , da miséria , que era submetidos   os africanos , nas travessias oceânicas . Não demorou muito para que a Inglaterra , precisionace o Brasil , á deter o tráfico interno , o Brasil então toma a media e definitivamente passa  a usar , mãos de obras assalariadas .



                                " O Navio  Negreiro



        "Stamos em pleno mar...Doudo no espaço
         Brinca o luar - dourada borboleta ;
         E as vagas após ele correm ... cansam
         como turba de infantes inquieta .                            

          "Stamos  em pleno mar ...Do firmamento
           Os astros  saltam como espuma  de ouro...
           O mar em troca  acende as ardentias ,
           - Constelações  do líquido tesouro ...

         "Stamos em pleno mar... Dois infinitos
         Ali se estreitam num abraço insano,
         Azuis , dourados , plácidos , sublimes...
         Qual dos dous é o céu ? qual  o oceano ?...

         "Stamos em pleno mar...Abrindo as velas
          Ao quente arfar das virações marinhas ,
         Veleiro brigue corre à flor dos mares ,
         Como roçam na vaga as andorinhas...

         Era um sonho dantesco ... o tombadilho
         Que das luzernas avermelha o brilho
         Em sangue a se banhar .
         Tinir de ferros... estalar de açoite ...
         Legiões de homens negros como a noite,
         Horrendos a dançar...

         Negras mulheres , suspendendo às tetas
         Magras crianças , cujas bocas pretas
         Rega os sangues das mães :
         Outras moças , mas nuas  e espantadas ,
         No Turbilhão de espectros  arrastados ,
         Em ânsia e mágoas vãs !

         E ri-se a orquestra irônica , estridente...
         E da ronda fantástica  a serpente
         Faz doudas   espirais...
         Se o velho arqueja , se no chão resvala ,
         Ouvem-se gritos... o chicote estala .
         E voam mais e mais ...

          Presa nos elos de uma só cadeia ,
          A multidão faminta cambaleia ,
          E chora e dança ali !
          Um de raiva delira , outro enlouquece ,
          Outro ,  que  martírios  embrutece ,
          Cantando , geme e ri  !

           Existe um povo que a bandeira empresta
           P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia !...
           E deixa-a  transformar-se nessa festa
           Em manto impuro de bacante fria !...
           Meu Deus ! meu Deus ! mas que bandeira é esta ,
           Que impudente na gávea  tripudia ?

            Silêncio . Musa... chora , e chora tanto
            Que o pavilhão se lave no teu pranto !...
            Auriverde pendão de minha terra ,
            Que a brisa do Brasil beije a balança ,
             Estandarte que a luz do sol encerra
             E as promessas divinas da esperança...

             Tu que , da liberdade após a guerra ,
              Foste hasteado dos heróis  na lança
              Antes te houvessem roto na batalha ,
              Que servires a um povo de medalha !...
           
              Fatalidade atroz que a mente esmaga !
              Extingue nesta hora a brigue imunda
              O trilho que Colombo abriu nas vagas ,
              Como um íris no pélago profundo !
             
               Mas é infâmia de mais ! ... Da etérea plaga
               Levantai-vos , heróis do novo mundo  !
               Andrada ! arranca esse pendão dos  ares !
               Colombo ! fecha a porta dos teus mares !

       
     
Aqui um pequeno estudo do poema ! 
O Navio Negreiro - A casa do Bruxo
       

    No dia 25 de outubro de 1868 , houve uma reapresentação de sua peça Gonzaga , no Teatro São Jose , com musica composta , por  um mineiro que residia em São Paulo . Aproximadamente três meses  , antes desta reapresentação em 28 de agosto , do mesmo ano , ele e Eugênia Câmara , se separam , Castro Alves , foi aprovado nos exames  , para a Faculdade de Direito .
Mas em 11 de novembro de 1868 , uma grande tragédia , veio sobre ele , durante uma caçada , na várzea do Brás , em São Paulo  , ele acabou ferindo o pé com um tiro . Resultando em uma grande enfermidade  e cirurgias e amputações .
Ele teve que voltar para o Rio de Janeiro , no comecinho de 1869 , para fazer tratamento, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Em março de 1869 , ele retorna a tentar continuar seus estudo , a retomar sua vida , e matricula-se para o quarto ano do curso de jurídico , mas sua saúde volta a piorar , e ele teve que voltar para o Rio de Janeiro em 20 de maio ,  os cirurgiões e professores , Dr Andrade Pertence e Dr Mateus Andrade , amputaram sem qualquer anestesia , seu pé , em junho do mesmo ano .
Em 31 de outubro , do mesmo ano , ele assistiu , pela ultima vez a uma representação de Eugênia Câmara .
Mutilado , ele se viu obrigado a voltar para o consolo da família , e os bons ares do sertão  , e em 25 de novembro ele volta para Salvador na Bahia .


Em fevereiro de 1870 , ele retorna para sua terra natal , a cidade de Curralinho , para tentar dar uma melhorada na tuberculose , que havia piorado e se agravado depois do acidente que sofrerá . Passou a viver na Fazenda Santa Isabel , em Itaberaba / Bahia.
Em setembro ele voltou até Salvador , onde lerá para um grupo de amigos o poema A Cachoeira de Paulo Afonso , e lançou o poema Espumas Flutuantes .
Sua ultima aparição em público , foi em 10 de fevereiro de 1871 , num recital beneficente .
Ele morreu às três e meia da tarde , no solar da família no Sodré , Salvador , Bahia .
A tuberculose doença que o matou em 6 de julho de 1871 , aos 24 anos de idade  , se manifestou também em 1863 , ele teve uma primeira "hemoptise " a expulsão sanguina , ou sanguinolenta , através da tosse , proveniente de hemorragia  na árvore respiratória , comum a várias doenças cardíacas e pulmonares .

       
   
Link da pequisas e poesias de Castro Alves :
Castro Alves - Vida, trabalho e principais poesias
Adormecida - Jornal de Poesia - Castro Alves
análise do drama romântico “gonzaga ou a revolução de ...
 .Poemas de Castro Alves (2) - Pensador
Gonzaga ou a Revolução de Minas – Wikipédia, a ...
Castro Alves: A canção do africano Lá na úmida senzala
Literatura Brasileira e Paranaense: Castro Alves
A canção do africano – análise | Conversa de Português
O Navio Negreiro - A casa do Bruxo
Castro Alves – Wikipédia, a enciclopédia livre

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