Nasceu na Fazenda de Cabaceiras , a 42 KM da vila de Nossa Senhora da Conceição de " Curralinho" onde hoje á localidade é conhecida como o município de Castro Alves , terra da música e da poesia , no estado da Bahia , no dia 14 de março de 1847 , filho de Antônio Jose Alves e Clélia Brasilia Castro .
No colégio e no seu lar Castro Alves , encontrou , uma atmosfera literária , produzidas pelos outeiros ou saraus , festas de arte , músicas , poesias , declarações de versos , que o conduziram , para o aprimoramento de seus dons e inspirações poéticas . Sua primeira poesia , ele fez aos 17 anos .
Em 1863 , ele fez a prova pra ser admitido na Faculdade de Direitos de Recife , mas não foi aprovado .
Em Recife mesmo ele começa , a ser o tribuno e o poeta mais requisitado , nas seções públicas da Faculdade , nas associações estudantis e nos teatros : e é incitado pelos aplausos e ovações , que começava a receber , que ele foi subindo os degraus da fama , e em pouco tempo , foi crescendo em apoteose . Escreveu então o seu primeiro romance , e em seus versos , os mais belos poemas líricos do Brasil .
Seu primeiro número de A PRIMAVERA , foi publicado em 17 de maio de 1863 , seu primeiro poema contra à escravidão : A canção do africano ; que trás o lamento e sofrimento de um povo que foi arrancado de sua Pátria ; dos braços , da liberdade e de seus parentes e amigos ; E lançados em uma profunda e apertada cela , onde só o que lhes restava era servir , ser oprimido e humilhados , sem ter o direito nem de , se quer serem os dono de seus próprios corpo . Desejos , destinos ,vidas e até mesmo o prazer de poder terem , seus filhos , e de ver eles crescerem e serem donos de seus próprios destinos . Tudo lhes foi tirado , em um único , momento de suas vidas . E Castro Alves consegue , com seus versos , traduzir todo este drama de uma maneira , que nunca , antes tinha sido , possível , ver , ouvir e sentir . Ele conseguiu imortalizar , este momentos , em seus versos e poemas .
Um dos mais belos poemas , que traduz o sofrimento de um povo :
Poema " A canção do africano " escrita em 1863 .
A canção do africano .
Lá na úmida senzala ,
sentado na estrita sala,
junto ao braseiro , no chão ,
entoa o escravo , seu canto .
E ao cantar , correm-lhe em pranto,
saudade do seu torrão...
De um lado , uma negra escrava ,
os olhos no filho , crava ,
Que tem no colo , a embalar ...
E à meia voz lá responde
Ao canto , e o filhinho esconde ,
Talvez pra não o escutar !
"Minha terra é lá bem longe ,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita ,
Mas à outra eu quero bem !
"O sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo ,
Ver de tarde a papa-ceia !
"Aquelas terras tão grandes ,
Tão compridas como o mar ,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar...
"Lá todos vivem felizes ,
Todos dançam no terreiro ;
A gente lá não se vendem !...
Como aqui só por dinheiro " .
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O escravo então foi deitar-se ,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer ,
E se tardasse , coitado ,
Teria de ser surrado ,
Pois bastava escravo ser .
E a cativa desgraçada
Deita seu filho , calada ,
E põe-se triste a beija-lo ´
Talvez temendo que o dono
Não viesse , em meio do sono ,
De seus braços arrancá-lo !
Em 1864 , ele enfim consegue , se matricular na Faculdade de Direito do Recife .
E em 10 de agosto de 1865 , ele recita o poema : O sábio na faculdade de Direito , e tem um romance com uma moça desconhecida por nome de Idalina .
Alistou-se no Batalhão Acadêmico de Voluntários , em 19 de agosto de 1865 , para a Guerra do Paraguai , a guerra da Tríplice - Aliança ; Brasil , Argentina e Uruguai contra o Paraguai , que se estendeu de dezembro de 1864 à março de 1870 .
Em 1866 , matricula-se para o segundo ano na Faculdade de Direito de Recife , na ocasião fundou junto com Rui Babosa e outros amigos , uma sociedade abolicionista .
Nesta época teve a fase , de maior produção literária , de sua vida , e se dedicou por duas grandes e nobres causas : uma social e moral , a da abolição da escravidão dos negros , e a outra a criação da Republica , a aspiração política dos liberais mais exaltados .
O seu drama Gonzaga ou a Revolução de Minas , que se trata de duas razões uma pessoal e a outra social . A pessoal foi sua paixão pela atriz Eugênia Câmara , dez anos mais velha que ele e a social à abolicionista , visando o caráter propagandista do teatro . veja aqui
No dia 7 de setembro , dia da estreia do drama Gonzaga , no teatro São João , em Salvador /Bahia , foi coroado com o triunfo do sucesso do seu drama . Tendo viajado para o Rio de Janeiro juntamente com Eugênia Câmara , por quem se apaixonou ,e criou uma peça teatral , para ver ela brilhar no palco , com uma de suas criações , viajou , em janeiro de 1868 , sendo no Rio de Janeiro , recebido por Jose de Alencar , critico , romancista e dramaturgo . E foi visitado por Machado de Assis , escritor , jornalista , contista " contador de contos " , dramaturgo e poeta . Ambos fizeram grandes elogios ao poeta Castro Alves , através de cartas aos jornais da época . De onde veio para São Paulo em março , junto com Eugênia Câmara .
Continuou seu estudo na Faculdade de Direito de São Paulo , hoje conhecida como a (FADUSP) Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo ou Faculdade de Direito do Largo de São Francisco como também é conhecida , onde Castro Alves se matriculo no terceiro ano .
Seus poemas líricos e heroicos eram publicados e recitados , nas festas literárias e nós jornais , com uma grande e arrebatadora repercussão . Com apenas 21 anos de idade , e o mais formoso talento , e capacidade literária e política do Brasil , do seu tempo .
Nomes como : Fagundes Varela , Rui Barbosa , Joaquim Nabuco , Afonso Pena , Rodrigues Alves , Bia Fontes , Martins Cabral , Salvador de Mendonça , e muitos outros que o assistiram , não lhe tiravam as primícias de seu talento e o aplaudiam de pé .
Castro Alves , usava uma linguagem divina na poesia , que ninguém até aquela época tinha usado , tinha uma voz , que fazia os seus ouvintes pensar na magnificência dos seus versos , afirma Constâncio Alves , um médico , jornalista , orador e ensaísta . E o comparava com arautos gregos da antiguidade como Agamenon , imortalizado por Homero , Taltibios semelhante aos "deuses " pela voz , dizia Rui Barbosa .
Euclides da Cunha , já achava que ele Castro Alves , pregava um advento de uma "era nova " .Em 7 de setembro de 1868 , ele faz a apresentação pública de "Tragédia no Mar " , que no futuro ganharia o nome de " O navio negreiro " descrevendo com seus poemas , a tristeza , o sofrimento , a angustia , dos negros africanos , arrancados de seus lares , de sua terra natal na África , de suas liberdades , de seus parentes e amigos , e trazidos como escravos , para trabalhar , como animais e servir a senhores e a feitores , ser propriedade de fazendeiros e donos de terras . Isto os que chegavam vivos em seus destinos porque , muitos morriam na viagem , de fome , peste , doenças e também por maltrato . Cada navio levava em média 400 africanos, mas , mais da metade morria , no caminho , eram amontoados , com espaço minimo para se movimentarem , mesmo que os navios fossem grandes eles usavam os espaço , para aumentar o número de suas cargas .
A peça " Tragédia no Mar " foi escrita pelo poeta quando ele estava com 22 de idade em 1869 , e aproximadamente vinte anos depois da promulgação da lei Eusébio de Queiros de 4 de setembro de 1850 , esta lei gerou efeitos imediatos , baixou a zero o tráfico externo de novos escravos para o Brasil , em apenas três anos , mas o tráfico interno este cresceu e se concentro nas províncias do Rio de Janeiro e São Paulo , que era onde mas se concentrava as fazendas de cafe , isto fez que Castro Alves empenhasse , nas denúncias , da miséria , que era submetidos os africanos , nas travessias oceânicas . Não demorou muito para que a Inglaterra , precisionace o Brasil , á deter o tráfico interno , o Brasil então toma a media e definitivamente passa a usar , mãos de obras assalariadas .
" O Navio Negreiro
"Stamos em pleno mar...Doudo no espaço
Brinca o luar - dourada borboleta ;
E as vagas após ele correm ... cansam
como turba de infantes inquieta .
"Stamos em pleno mar ...Do firmamento
Os astros saltam como espuma de ouro...
O mar em troca acende as ardentias ,
- Constelações do líquido tesouro ...
"Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis , dourados , plácidos , sublimes...
Qual dos dous é o céu ? qual o oceano ?...
"Stamos em pleno mar...Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas ,
Veleiro brigue corre à flor dos mares ,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Era um sonho dantesco ... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar .
Tinir de ferros... estalar de açoite ...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres , suspendendo às tetas
Magras crianças , cujas bocas pretas
Rega os sangues das mães :
Outras moças , mas nuas e espantadas ,
No Turbilhão de espectros arrastados ,
Em ânsia e mágoas vãs !
E ri-se a orquestra irônica , estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Se o velho arqueja , se no chão resvala ,
Ouvem-se gritos... o chicote estala .
E voam mais e mais ...
Presa nos elos de uma só cadeia ,
A multidão faminta cambaleia ,
E chora e dança ali !
Um de raiva delira , outro enlouquece ,
Outro , que martírios embrutece ,
Cantando , geme e ri !
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia !...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria !...
Meu Deus ! meu Deus ! mas que bandeira é esta ,
Que impudente na gávea tripudia ?
Silêncio . Musa... chora , e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto !...
Auriverde pendão de minha terra ,
Que a brisa do Brasil beije a balança ,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que , da liberdade após a guerra ,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha ,
Que servires a um povo de medalha !...
Fatalidade atroz que a mente esmaga !
Extingue nesta hora a brigue imunda
O trilho que Colombo abriu nas vagas ,
Como um íris no pélago profundo !
Mas é infâmia de mais ! ... Da etérea plaga
Levantai-vos , heróis do novo mundo !
Andrada ! arranca esse pendão dos ares !
Colombo ! fecha a porta dos teus mares !
Aqui um pequeno estudo do poema !
O Navio Negreiro - A casa do Bruxo
No dia 25 de outubro de 1868 , houve uma reapresentação de sua peça Gonzaga , no Teatro São Jose , com musica composta , por um mineiro que residia em São Paulo . Aproximadamente três meses , antes desta reapresentação em 28 de agosto , do mesmo ano , ele e Eugênia Câmara , se separam , Castro Alves , foi aprovado nos exames , para a Faculdade de Direito .
Mas em 11 de novembro de 1868 , uma grande tragédia , veio sobre ele , durante uma caçada , na várzea do Brás , em São Paulo , ele acabou ferindo o pé com um tiro . Resultando em uma grande enfermidade e cirurgias e amputações .
Ele teve que voltar para o Rio de Janeiro , no comecinho de 1869 , para fazer tratamento, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Em março de 1869 , ele retorna a tentar continuar seus estudo , a retomar sua vida , e matricula-se para o quarto ano do curso de jurídico , mas sua saúde volta a piorar , e ele teve que voltar para o Rio de Janeiro em 20 de maio , os cirurgiões e professores , Dr Andrade Pertence e Dr Mateus Andrade , amputaram sem qualquer anestesia , seu pé , em junho do mesmo ano .
Em 31 de outubro , do mesmo ano , ele assistiu , pela ultima vez a uma representação de Eugênia Câmara .
Mutilado , ele se viu obrigado a voltar para o consolo da família , e os bons ares do sertão , e em 25 de novembro ele volta para Salvador na Bahia .
Em fevereiro de 1870 , ele retorna para sua terra natal , a cidade de Curralinho , para tentar dar uma melhorada na tuberculose , que havia piorado e se agravado depois do acidente que sofrerá . Passou a viver na Fazenda Santa Isabel , em Itaberaba / Bahia.
Em setembro ele voltou até Salvador , onde lerá para um grupo de amigos o poema A Cachoeira de Paulo Afonso , e lançou o poema Espumas Flutuantes .
Sua ultima aparição em público , foi em 10 de fevereiro de 1871 , num recital beneficente .
Ele morreu às três e meia da tarde , no solar da família no Sodré , Salvador , Bahia .
A tuberculose doença que o matou em 6 de julho de 1871 , aos 24 anos de idade , se manifestou também em 1863 , ele teve uma primeira "hemoptise " a expulsão sanguina , ou sanguinolenta , através da tosse , proveniente de hemorragia na árvore respiratória , comum a várias doenças cardíacas e pulmonares .
Link da pequisas e poesias de Castro Alves :
Castro Alves - Vida, trabalho e principais poesias
Adormecida - Jornal de Poesia - Castro Alves
análise do drama romântico “gonzaga ou a revolução de ...
.Poemas de Castro Alves (2) - Pensador
Gonzaga ou a Revolução de Minas – Wikipédia, a ...
Castro Alves: A canção do africano Lá na úmida senzala
Literatura Brasileira e Paranaense: Castro Alves
A canção do africano – análise | Conversa de Português
O Navio Negreiro - A casa do Bruxo
Castro Alves – Wikipédia, a enciclopédia livre
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